O simples se tornou incrível.

Um simples gesto, tinha sido apenas um sorriso, e nada mais. As coisas não iam se ajeitar por causa disso. Aliás, nada ia se ajeitar por causa disso. Só um sorriso. Um sorriso minúsculo, mas que ficaria na minha memória pra sempre, cada traço, cada lado, cada emoção.

Uma folhinha em um bosque, balançando com o movimento de um pássaro que alça vôo.
Mas me agarrei àquilo. Com os braços bem abertos. Porque, quando chega à primavera, a neve vai derretendo floco a floco, e talvez eu tivesse simplesmente testemunhado o primeiro floco que se derretia.

O mundo não ficava calado.

Seria um erro dizer que ela era quieta.
Quieta significa em paz.
Tranqüilidade.
Estar quieto é baixar o botão do volume da vida.
O silêncio é pressionar o botão para desligar. Desligar tudo.
O silêncio dela era o silêncio auto-imposto daqueles que tem convicções, daqueles que protestam que tentam defender a sua causa recusando-se a falar. Era o silêncio de quem se escondeu no escuro, dobrou todas as bordas e as prendeu bem enfiadas nos cantos, como se faz com um lençol.

Às vezes me desconheço:

Sou verso, inverso e avesso

.Às vezes me desconexo!Com doce, tequila, sexo...

Às vezes me reconheço.

Me relembro, depois esqueço.

Às vezes me recomeço...

Depois do horizonte.

Um pedacinho de terra cercado por água. A quantidade de árvores ao
redor de mim era incontável, só se ouvia o barulho do canto dos pássaros
o bater de suas asas, o balanço do mar, aquela paz com o amanhecer lindo,
o sol beijando o mar, o alaranjado de final de tarde assim como o alaranjado
do abajur do seu quarto, flores festejando o dia que vem vindo.

Haveria isso tudo só pra gente se deitar no campo, não ter que se preocupar com hora pra voltar, só natureza e pureza com alegria com certeza.
Mais se você não vier comigo para este paraíso nada disso tem sentido, o horizonte vai esperar por nós dois, se você não vem comigo nada disso tem valor. De que vale o paraíso sem amor?

Cidade de fantasmas bons.

Aqui era como um rio, correndo, sem pensar no passado.
Eu podia entrar nesse rio, deixar os meus pecados mergulhados lá no fundo, permitir que a água me levasse para algum lugar ao longe.
Algum lugar onde não houvesse fantasmas, nem recordações, nem pecados.
E se não houvesse mais nenhuma outra razão, só essa já bastaria para eu adotar essa cidade.

Pânico.

Você abre a boca. Abre tanto que as mandíbulas chegam a estalar. Manda que os seus pulmões puxem o ar, agora; você esta precisando de ar, precisando agora. Mas as suas vias respiratórias ignoram o seu comando.
Entram em colapso, se estreitam, se contraem e, de repente, você esta respirando através de um canudinho de refrigerante. A sua boca se fecha e os seus lábios se enrugam, e tudo que você consegue fazer é soltar um som rouco, estrangulado.
As suas mãos tremem e se contorcem.
Em algum lugar, as comportas abriram e uma enxurrada se suor frio transborda, encharcando todo o seu corpo.
Você quer gritar. Gritaria, se pudesse. Mas, para gritar, é preciso respirar.

O que seria pecado para ele?

Eu imaginaria o dia mais perfeito da minha vida, com a minha família fazendo uma reuniãozinha simples, debaixo de uma arvore longa para que fizesse bastante sombra e todos ficassem confortáveis em um parque cercado de grupos de famílias, crianças correndo,brincando,rindo. Todos apreciando suas comidas trazidas de casa.

Certo dia, observei os passos de uma pessoa da minha família que prefiro não revelar agora, passos sujos, passos que jamais deveriam ser seguidos e o que mais me indignava era ele acreditar tanto em um Deus.

O que seria pecado para ele? Queria poder olhar nos olhos dele e escutar o que ele tem a falar. Pecado em minha opinião é mentir. Quando mente está roubando da pessoa o direito de saber a verdade, como se pudesse tirar de um filho a sua mãe, uma pessoa pobre a sua comida, quando se mata um homem você esta roubando a oportunidade dele de viver.

E repito, queria poder olhar nos olhos dele e escutar o que ele tem a falar, mas também não posso só recriminar afinal as pessoas não são como um caderno preto e branco que eu posso colorir com as minhas cores preferidas.

O belo sonho. E o belo rosto?

Estávamos ali, a beira do mar um dia nublado meio chuvoso, não tinha ninguém ali eu estava sozinha só eu e o mar. Sentei-me nas pedras e observava a água bater nas pedras, o balé dos pássaros no ar.


Um suave barulho de passos arrastava pelas pedras, mas eu não quis olhar pra traz continuei observando toda aquela paisagem que mais parecia uma foto emoldurada em um quadro, de repente eu sinto um calor do meu lado e não vou negar que veio um frio na barriga com medo de olhar e estar àquela pessoa ali. Pois é ela estava ali.


Um sorriso enorme surgiu no meu rosto mesmo eu não querendo sorrir, a um segundo tudo estava em paz e agora meu coração disparou, nada vinha na minha cabeça a não ser sentir aquela presença tão boa do meu lado... E a bela paisagem? Tudo sumiu parecia incrível mais tudo sumia naquele momento, nem frio, nem brisa, nem nada.


Mais incrível ainda é não lembrar do seu rosto, das suas feições, só me lembro do meu coração disparou e o calor do seu corpo quando ela se aproximou , por que depois disso eu acordei daquele belo sonho.
O sonho continuou na minha cabeça pelo resto do dia, a curiosidade de saber com quem era, quem fez meu coração bater tão forte.
Eu to te esperando vê se não vai demorar.

Novos sabores.

Mudanças drásticas, gostos diferentes, tudo está mudando e com uma velocidade incrível.
Amizades já não são as mesmas, meus interesses já não são os mesmos, meus olhos enxergam coisas que nunca enxergaram, minha visão sobre mundo, sobre pessoas, sobre corpos, mudou.
Completamente eu diria.

A vontade de cabelo perfeito, roupas perfeitas, amizades perfeitas, passeios perfeitos, festas badaladas por pessoas importantes não existem mais, quero cabelo despenteado, roupas largas, amizades com erros, passeio pra lugares mais estranhos, festas com tipo de pessoas ... Quero aprender mais, quero ler, quero tudo, tudo ao mesmo tempo.

Para a Marina Pereira, isso é ótimo são experiências novas, mas e para as pessoas próximas que sempre estavam acostumadas a certo gosto meu? Com certeza não vão apoiar, com certeza vão me recriminar, como já faziam e agora é uma nova barreira é uma nova corrida.
A tal da inconstância vem com uma força que nem eu posso controlar, os mais próximos vão sentir o quente em uma hora e o frio em outra hora é a necessidade de ir ao mais fundo e voltar ao topo de tudo.

Silêncio por favor.

O cansaço toma conta do meu corpo, da minha alma, dos meus pensamentos.

Alias eles estão confusos e sonhadores há tempos, mesmo eu tendo uma filosofia que viver é melhor que sonhar, ultimamente tenho sonhado mais.

Observo cada passo das pessoas que passam na minha frente, pessoas alheias que nunca vi. Não tenho tanta vontade de escrever, não tenho, não.



Hoje eu só quero ficar quieta.

Falta, falta de tudo.

Os dias e as horas passam, passam tão rápido que eu nem os percebo. Eu olho pela janela, vejo o Cristo de braços abertos com nuvens sobre ele, nuvens escuras, como o tempo fechado. Ando pelas ruas com a minha mochila pesada, com tantas coisas dentro e nenhuma delas me serve. Leio livros pra tentar esquecer tudo e entrar em outro mundo que não seja meu, mas nem livros, nem Cristo Redentor, nem sol, nem chuva, nem piadas, ultimamente me fazem rir finjo sorrisos que não são meus pra tentar poupar a quem está perto de mim, só que nada me faz ficar como eu realmente como eu gosto de ficar.

Ninguém entende, nem eu mesmo entendo a um segundo tudo estava em paz e agora tudo virou de cabeça pra baixo, perdi, perdi o controle de tudo. Não tem um nome pra esse sentimento, tremor acompanhado de muitos pesadelos, com falta de paciência, falta de sentimento, falta e mais falta. Talvez eu precise de um tempo, talvez esses dias de tremores e pesadelos sejam bons pra parar e pensar, mas e as pessoas que estão em volta? O que mais irrita em mim mesmo é de jogar meus sentimentos que nem eu mesmo consigo entender, em quem mais gosta de mim, são as que acabam levando a culpa. E o que eu posso fazer? Eu sou assim.

Se eu me calo, é claro, que é pra refletir. Agora é um momento só meu, me isolo do mundo, mesmo que eu quisesse falar haveria um grande silêncio dentro de mim, há um grande barulho lá fora e um silêncio aqui dentro. Preciso de alguém que sinta o que eu sinto que nem eu mesmo sei.